A proposta governamental para a inclusão dos
Temas Transversais como conteúdo educacional-escolar paralelo aos PCNs visa, à
princípio, a inter-relação dos comportamentos exercidos pelos indivíduos
envolvidos nesse sistema; não no sentido de “nivelar” esses comportamentos,
mas, de resgatar, dentro do espaço educacional, atitudes conscientes voltadas
para a promoção de um bem-estar social geral. Nota-se, ao examinar os conteúdos
já produzidos (e disponibilizados para a pesquisa pública) sobre esses temas
(que somam 6), que eles se entrecruzam na medida em que vão produzindo sentido
naqueles que os examinam.
Assim sendo, diante da abrangência
desse conteúdo, fez-se necessária uma delimitação para o desenvolvimento dessa
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA. A escolha do tema deu-se, via consenso, entre
os membros do grupo de pesquisa e a opção foi a ÉTICA, que no aspecto
pragmático da palavra possui forte entrosamento com a realidade social,
política e cultural (cultura: conceito antropológico = toda a produção humana =
comportamento bom/ruim).
OBJETIVOS GERAIS
Disseminar
para a sociedade em geral (especialmente para a comunidade escolar) esse
acréscimo curricular;
Utilizar os conteúdos já produzidos
pelos agentes sociais envolvidos com o sistema educacional para promover
debates/seminários entre as comunidades escolares.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Reforçar
(como proposta social) a necessidade de desenvolver comportamentos
conscientemente éticos na interação com o outro;
Reproduzir, na comunidade escolar, o
comportamento socialmente (desejavelmente) convencionado.
JUSTIFICATIVA
Por ser uma fonte inesgotável de
avaliação e pesquisa, e renovável, quando a necessidade de retomá-lo faz-se
presente no seio social, o tema Ética se nos mostrou o quanto podemos, através
de sua dissecação, produzir saberes inerentes à boa convivência no ambiente
educacional. Para tanto, como futuros educadores, a condução do tema para fins
de lida educacionais justificou-nos tal “fazer”.
METODOLOGIA
Buscou-se, à princípio, elaborar a parte
teórica do trabalho de pesquisa buscando embasamento nos conteúdos já
produzidos principalmente pelos órgãos governamentais, visto que a educação
pública é a base da estrutura social da nação brasileira e é fator gerador de
preocupação constante nas instâncias dos sistemas educacionais nos âmbitos
federais, estaduais e municipais. Enriqueceu-se, ainda, essa parte teórica
pesquisando a produção literária do educador Paulo Freire por ser este um dos
pioneiros do método educacional fora do ambiente da sala de aula. Num segundo
momento, apresentou-se entrevistas feitas com agentes sociais da área da saúde
e segurança pública que serão transcritas na sequência.
A IMPORTÂNCIA DO TEMA
Segundo
Paulo Freire “É o direito de todos à vida que nos faz solidários; e é a opção
pela vida que nos faz éticos”.
A ética, não obstante retórica, é
tema sempre atual por ser inerentemente humano e norteador dos comportamentos
individuais desde os primórdios da espécie humana; tem, portanto, peso social
pretensamente somatório na medida em que a retomada de sua significância no
âmbito da educação pública nacional serve de justificativa para embasar algumas
das propostas governamentais.
A Carta Constitucional da República
Federativa do Brasil, em seu artigo 1º contém o primeiro registro oficial
comprobatório da importância do tema “ética” quando refere-se à “dignidade da
pessoa humana...” e atrela a esse referente um valor moral. Ainda em seu artigo
3º, entre outros itens, encontramos oficializado em seu parágrafo III:
“Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais”;
Parágrafo IV: “Promover o bem estar
de todos”, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação”.
No artigo 5º, parágrafo (ou título)
III, registra-se: “Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano
ou degradante”;
Parágrafo X: “São invioláveis a
intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas (...)”. E vamos por
aí afora. Muito mais se poderia citar em termos de leis, estatutos e normas
governamentais, no entanto, esse contingente inicial disponibiliza um leque
ampliadíssimo de vertentes nocionais promotoras da condução do processo social.
Trazer esse ideal social para a vivência real pressupõe a difusão do
conhecimento do mesmo nos ambientes educacionais, pois esses ambientes é que
são, por assim dizer, o “segundo habitat” social do indivíduo ainda na sua
infância (precedido do seu lar familiar, obviamente).
Peca-se,
no entanto, quanto á disseminação desse conhecimento, e inviabiliza-se com isso
a imposição de uma conduta individual pré-concebida socialmente já que na
construção dos saberes há a necessidade de se ter esse conhecimento como pré requisito.
Verificada
a abrangência do tema e entendido que ele recobre toda a vivência humana,
viabilizou-se um “recorte” para que o mesmo fosse delimitado numa temática
sucinta e subjacente ao mesmo. Esse recorte temático tornou possível a
elaboração de questionamentos vivenciados diuturnamente pela sociedade e
evidenciou o fator “fome” como gerador de condutas antissociais.