A ÉTICA NA FOME. É POSSÍVEL?
Ao pensar no indivíduo ainda na sua
infância, conseguir-se-á elaborar uma resposta ou uma solução para tal
questionamento ?
Mediante o levantamento de dados em
entrevistas concedidas por agentes sociais atuantes nas instituições de saúde e
segurança públicas, verificou-se que a maioria das ocorrências registradas são
justificadas principalmente pela privação do direito mais elementar do cidadão
comum: o de se alimentar. Entre todos os argumentos apresentados, o que
prevalece é a fome.
Reza a constituição brasileira que o
indivíduo seja reconhecido no ato de seu nascimento e, reza o instinto de
sobrevivência que, nesse primeiro momento, o primeiro cuidado que se lhe tem é
o de por o alimento em sua boca. A partir daí ele passa a existir socialmente;
primeiro, em família, de onde depreenderá
os primeiros ensinamentos que o norteará em seu segundo ambiente social: a
escola.
Nesse momento de inserção social, ao
invés de romper com o compromisso que tem com esse indivíduo, transferindo-o
para o Estado (via escola), a família deve somar-se a este na preparação desse
indivíduo (ainda na infância/juventude) para a maturidade, fazendo dele um
adulto consciente de seu lugar social como reprodutor de comportamento ético
socialmente pré-estabelecido.
Mas, e se a família de origem desse
indivíduo não der conta de suprir-lhe as necessidades mais básicas e
elementares como a provisão de seu sustento alimentar diário e de incutir nele
uma consciência ética de superação? E, se a própria família não tiver esse
comportamento ético de superação como conteúdo para repassar para esse indivíduo
e o mesmo chegar à escola desestruturado familiarmente? Como proceder?
Esse é o momento em que a sociedade
(propriamente dita), via agentes sociais capacitados profissionalmente têm a
oportunidade de desempenhar suas competências. É nesse momento da vida social
desse indivíduo que a figura do “educador” se faz mais necessária. Ele será, a
partir daí, o condutor/reprodutor do comportamento individual requerido
socialmente, pois, segundo Paulo Freire, considera-se que “a visão de conhecimento
que o educador tem, repercute diretamente na sua prática pedagógica”.
O
CONCEITO DO TERMO “ÉTICA”: Denotativamente, o termo está assim classificado:
“ETHIKÉ. S.F.1. Filos. Parte da filosofia que estuda os valores morais e os
princípios ideais da conduta humana. 2. Conjunto de princípios morais que devem
ser respeitados no exercício de uma profissão”.
Ao inquirir-se a proposta conceitual
do termo, depara-se com todo o subjetivismo do mesmo. E, por significar
subjetivamente, busca-se forma de materializá-lo, torná-lo palpável, sensível.
O termo passa, então, a ter peso real
através dos comportamentos (sejam esses bons ou ruins) exercidos pelos
indivíduos, passando a significar objetivamente.
AS RELEVÂNCIAS DO TEMA
A primeira relevância objetiva do
tema é que, por viver em sociedade, o indivíduo pressupõe o “outro”. A pergunta
que se faz é: Como comportar-se em sociedade? – Se a pergunta é retórica, a
resposta, no entanto, é inacabada, uma vez que a vida segue num ciclo
ininterrupto, a sociedade não se extingue; ao contrário, renova-se de geração
em geração e a ética, por ser um conjunto de princípios morais pré-estabelecido
na (e pela) sociedade, tende a nortear o pensar e o agir dos indivíduos nela
inseridos e a convergir esse pensar/agir para um “fazer” convencionado
socialmente. Ela (a ética) é investida de valores criteriosos e estabelece
relações e hierarquias entre esses valores para consensualizar as ações em
todos os âmbitos sociais. Enfocada no contexto histórico-social, ela perpassou
a humanidade desde o surgimento desta e, na atualidade , onde a explosão
demográfica chega aos sete (7) milhões de habitantes ocupando a mesma
configuração geográfica, mantê-la com o mesmo propósito para o qual foi
instituída é uma proposta desafiadora, visto que ela está internalizada na
concepção de mundo de cada indivíduo e todos, indistintamente, requer que ela
lhe seja propiciadora de bem-estar físico, psicológico e social.
A segunda relevância está no fator
preponderante de que a demanda de indivíduos comprometidos por degeneração
física, psicológica e social, é proporcionalmente relativa à explosão
demográfica estatisticamente comprovada. Isso calculado em percentagem, é um
número preocupante; sendo a sociedade um organismo vivo, não estanque,
constituída por indivíduos ativos, socialmente pressupostos, transige com uma
prática coesa entre esses indivíduos, e, ao deparar com uma ocorrência
contraditória é necessário que se busque, de imediato, uma resposta corretiva
para tal avaria; quando não, a possibilidade de que essa ocorrência comprometa
o restante do sistema é iminente.
A terceira relevância está em
considerar que, em algum lugar e momento social, essa ocorrência se deu,
instalou-se, e se propaga num ritmo desenfreado, principalmente nos grandes
centros urbanos. Verifica-se que o número de moradores de rua (ou indigentes)
aumenta todos os dias e as políticas sociais não dão conta de refrear esse
processo de degradação humana, desconstruindo a prerrogativa do artigo 5,
parágrafo III da Constituição Brasileira, onde requer-se que “ninguém será
submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante”.
É, portanto, nesse momento crítico
social que se retoma a ética como tema em evidência e viabilizasse-la como uma
costura para a “malha social” cerceada por esse contingente humano
“coisificado” e (pior) visto como um “câncer social”.
Partindo da premissa de que esse
contingente humano é constituído por indivíduos que emergem em meio a uma
sociedade capitalista por imposição de uma política que segrega, argui-se: “por
onde”, “como” e “com o que” começar essa costura?
Um começo seria considerar o
argumento que essa parcela da sociedade apresenta para justificar tais desvios
da “conduta padronizada” pelos princípios éticos e, uma vez detectado o fator
gerador desses comportamentos, viabilizar propostas que confiram à esses
indivíduos uma condição digna e que o reintegre como elemento aceito por essa
sociedade que o discrimina enquanto transgressor da ordem convencionada
socialmente.
Se, entre todos os argumentos
apresentados no momento de se lavrar uma ocorrência, o que prevalece é o da
“fome”,retoma-se, então, o questionamento “começar por onde” a reparação
necessária para suprimir tal fator desencadeador desse processo anti-social, a
saber, os furtos/roubos praticados por esse contingente desprotegido
(descoberto) pelas tantas “leis” elaboradas justamente com o propósito
contrário, ou seja, o de resguardar os direitos civis de todo integrante da
sociedade brasileira?
Considera-se que, em havendo uma constituição Nacional, esta, por
princípio,deveria ter, como prioridade, a sua “divulgação” manifestada como um
norteador para as práticas sociais;não como um conteúdo “à parte” do currículo
escolar (como foi o caso da disciplina de “Educação Moral e Cívica” entre os
anos 60/70 do século passado), mas integrante do mesmo e, este então seria o
segundo passo (o 1º é a “consideração” do argumento apresentado para justificar
os desvios de conduta), uma vez que esse indivíduo carrega consigo um acúmulo
de conhecimento desde que começa a tomar ciência da sua existência. Pergunta-se
o porquê de disponibilizar o conteúdo da Carta Magna para o indivíduo ainda na
sua infância; o mais óbvio é para que ele tenha incluído no acúmulo de seus
conhecimentos a proposta socialmente convencionada que o inserirá no seio da
sociedade da qual fará (ou já faz) parte durante todo o trajeto de sua vida. E
isto porque enquanto criança, a possibilidade de absorção de conhecimento é
muito mais efetiva.
Sabe-se que a fome decorrente da
privação de alimento é precedida por outra que tem uma abrangência ainda maior,
a saber, a “fome” de conhecimento; e essa, indiscutivelmente, passa pela
educação pública. Por isso a necessidade de se organizar um currículo escolar
que viabilize a prática da cidadania pelo acesso ao conteúdo das leis como
mostra nítida de que a mesma foi pensada para todos, indistintamente. Desse
modo, desde o mais alto escalão político/social até o indivíduo considerado
“interditado” (ou inimputável) socialmente teriam plena consciência de seus
atos, não precisando justificar qualquer situação de delinqüência, uma vez que,
via conhecimento, todos teriam acesso às condições mínimas (porém dignas) de
sobrevivência, a começar pelo trabalho, que confere essa dignidade à todos
quanto primam pelo “pão” conquistado com o suor do próprio rosto e, este (o
trabalho), via de regra, é a ferramenta que verdadeiramente confere dignidade
ao indivíduo. O trabalho humaniza, e, ao realizá-lo, os homens se
humanizam.
Sendo assim, tem-se, nessa interação
social , que visa o bem estar de todos, o diálogo entre as classes sociais que
se interdependem, e, esse mesmo diálogo que circula nos “espaços sociais”
revela as “ideologias” que perpassam a mente humana e alimentam o ego de cada
indivíduo. Segundo Paulo Freire, entre os que se empenham em encontrar uma
resposta para os males sociais dá-se o consenso de que “os homens se educam
entre si, mediatizados pelo mundo”, não havendo, portanto, educação politicamente neutra, já que toda neutralidade
afirmada é uma opção escondida”.
E diz mais: “Ainda que não se
perceba, toda práxis no espaço educacional “ou pende para a libertação/
humanização dos seres humanos ou para a domesticação/dominação dos mesmos”;
enfim, ao visar-se uma sociedade ajustadas nos moldes éticos pressuposto por
(um) organismo institucional (a Carta Magna) e produzido por indivíduos eleitos
(dentro dessa mesma sociedade) para tal “fazer” há que se consensualizar a
máxima de que , em sociedade, nada é isolado e a liberdade de expressão só se
justifica ao pressupor o “outro”, por isso dizer “ninguém liberta ninguém,
ninguém se liberta sozinho; os homens se libertam em comunhão” (citação). Nesse
sentido, “pensamento e obra” juntam-se, formando um só tecido (citação).
Para viabilizar tal proposta de
reconstrução social requer-se que as primeiras costuras da “malha” rompida pela
conduta degenerativa desses “alguns” dê-se através de interventores (os
educadores) envolvidos com o sistema educacional, uma vez que eles ( os educadores)foram
(e são) capacitados para atuar nessa instância social, reproduzindo “saberes” (valorados
nos espaços sociais) que transformam comportamentos e que, nas mãos deles está
o equipamento apropriado para a paralisação da degradação social: a educação
pública básica dos discentes infanto-juvenis.
Dentro do ciclo ininterrupto da vida (num
futuro próximo) são esses discentes que conduzirão o “bastão” da educação para
os que estão nascendo agora e que ocuparão os bancos escolares; e serão eles
mesmos os pais/mães responsáveis por essas próximas gerações e à elas delegarão
o conhecimento que estão adquirindo (e acumulando) dos educadores atuais.
Percebe-se, então, que o remédio necessário para a cura do câncer social
chamado “fome” é produzido no topo da pirâmide social, dentro dos limites
governamentais, e que esse remédio tem nome: chama -se “consciência social” (o
qual implica um “valor moral”, analogicamente comparado a um espelho, por
refletir a imagem daquele que o solicita) e tem de ser patenteada por aqueles
que têm diante de si a responsabilidade de produzir a qualidade de vida
necessária e inerente a cada indivíduo incluído na sociedade nacional, seja
essa inclusão advinda por nascimento ou naturalização, no caso de estrangeiros.
Essa consciência social, tal qual “um “espelho” deve refletir uma imagem real,
não distorcida, para que, ao dirigir-lhe o olhar, o indivíduo veja-se como está
e identifique o que precisa ser mudado em sua conduta pessoal para somar-se ao
“social”. Esse indivíduo , ainda na sua infância, tem como parâmetro, ou
espelho, o comportamento dos pais e/ou responsáveis; esses o conduzirão em suas
primeiras aquisições comportamentais, reproduzidas, posteriormente, nos espaços
sociais (escolas, trabalho,...).
O que justifica o conceito da
“ética” estar intrinsecamente “amalgamada” aos conteúdos curriculares é o fato
de que, segundo Paulo Freire, a educação do indivíduo (iniciada no ambiente
familiar) é continuada no ambiente escolar, impreterivelmente (as exceções são
abjetas) e esta (a educação) decorre do fato de “as pessoas serem incompletas e
estarem em relação com o mundo e com as outras pessoas; são incompletas desde
que nascem, quando é mais fácil perceber isso: não falam, não andam, não
reconhecem as pessoas, são totalmente dependentes...” (citação). “...essas
incompletudes são superadas mediante uma educação consistente decorrente da
“teoria” do conhecimento posta em “prática”, repassada,dividida, repartida”.
(citação).
Essa educação consistente é
“dialógica” e a mais poderosa ferramenta pedagógica utilizada para ampliar o
nível de consciência do indivíduo, promovendo nele uma nova forma de “pensar e
sentir a existência”; propõe-lhe um novo ângulo de visão/percepção – o de que
todo o “saber” deve contribuir para o empenho coletivo de transformação da
realidade e, principalmente, da superação da miséria que culmina na (já
banalizada, considerada normal) “animalização” do ser humano, como retratada no
poema “O Bicho”, de Manuel Bandeira.
A
TRANSVERSALIDADE DO TEMA “ÉTICA”
A “ética”, conceituada
subjetivamente, impetra valor moral/social perpassando todos os âmbitos
circundantes da esfera terrestre (habitat designado para a vivência humana) e é
quesito avaliativo dos comportamentos vivenciais; é, portanto, delimitadora nocional
de todos os atos a serem praticados. Em:
TRABALHO/CONSUMO:
Ela (a ética) tem no “trabalho” o elemento de transformação da natureza
arbitrado com ou sem a consciência da responsabilidade do indivíduo que o
impetra. Se “consciente”, retira dela (da natureza) o necessário para a
subsistência sem promover a degradação do solo, e a reposição, por replantio,
do mesmo. Se “inconsciente”, explora-o com uma visão centrada no lucro
indiscriminado, não levando em conta o empobrecimento do mesmo com a adição de
aditivos químicos produzidos artificialmente, calcarizando- o e inviabilizando
produções (independentemente do que seja) posteriores.No consumo “consciente”,
adquire o necessário a sua subsistência diária sem incorrer no excesso que
demanda uma produtividade agressiva ao meio ambiente e descamba no desperdício.
Ao contrário, o consumo inconsciente consiste na disposição em adquirir e acumular
bens que não se fazem necessário à subsistência dos indivíduos, mas que lhes
confere uma “ilusão” de status social e/ou poder financeiro.
A
SAÚDE: No sistema público, requer-se dos agentes sociais que o constitui, uma
postura profissional em que a “ética” pese para a promoção da vida e bem-estar
de todo o indivíduo que a tenha (a saúde) por patrimônio relevante em primeiro
plano; na sua ausência (da ética), as condutas profissionais tendem ao descaso
e, com isso vê-se, não raro, os casos de “inconsistência” profissional
ocasionando óbitos decorrentes de medicação trocada ou intervenções mal
sucedidas. Questiona-se quais argumentos justificam a negligência do juramento
professo por tais profissionais e os autoriza a priorizar uma vida em
detrimento de outra, como se tal escolha fosse compreensível. A ética, nessa
instância social (a da saúde pública), mais que uma postura profissional,
revela a índole moral que reveste o caráter dos indivíduos que atuam nesse
espaço social. Ainda, no espaço escolar, a condução do tema “saúde” entre os
discentes precisa ser, no dia a dia, trazido de modo a esclarecer e reforçar
comportamentos que viabilizem um ambiente sobretudo limpo e, consequentemente
agradável para a prática da convivência e do aprendizado lembrando-os, sempre,
de que cada um deve tornar-se responsável, no mínimo, pelo “próprio” bem-estar.
A
EDUCAÇÃO SEXUAL: Advindo de lares em que a liberdade é sem limites, muitos
discentes, em idades extremamente precoces (sem a menor noção dos próprios
atos), incorrem em situações constrangedoras de libertinagem que,
independentemente de suas opções sexuais, transigem com uma postura ética ao
menos durante o período em que freqüentam um espaço comum à todos: o da escola.
Sendo um espaço de caráter “coletivo”, há que se lhes esclarecer quais são as
normas e estatutos que regem essa convivência visando a promoção do bem-estar
de todos quantos o freqüentam. Os esclarecimentos e as orientações sobre essa
prática cada vez mais precoce é necessária, principalmente para protegê-los das
conseqüências nefastas decorrentes da não prevenção das DSTs e gravidez,
indesejada pela não condição social, financeira e do total despreparo
psicológico nessa faixa etária que, por ocorrer nessa fase escolar, pressupõe-se
entre os 12/18 anos. Tal qual uma “bola de neve”, não raro são os casos em que
adolescentes, ao descobrirem-se grávidas, recorrem ao aborto, pondo-se em risco
de morte juntamente com o feto e/ou, numa gradação previsível, recorrem ao
uso/consumo de drogas e, por fim, em vista da desproteção familiar, acabam por
assumir uma condição de promiscuidade/prostituição como condição de
sobrevivência. Ainda, por fazerem parte de uma geração em que a “noção” de
família está reconfigurada, importa trazê-los cônscios de que a convivência com
essa nova “configuração familiar” é pré-requisito para a inserção nos espaços
sociais em todos os seus aspectos: sociais, culturais, políticos,
religiosos,... trabalhando-se, dessa forma, a contenção das práticas discriminatórias
as quais propiciam uma conduta ainda mais perigosa: o bulling.
A
PLURALIDADE CULTURAL: O Brasil, em sua formação societal teve, desde o
princípio de seu povoamento, uma constituição demográfica plural. A somatória
dos povos nativos (os índios) com os colonizadores europeus e os negros
chegados posteriormente resultou nessa difusão cultural riquíssima não
contemplada em nenhum outro lugar do globo terrestre (nem mesmo nos Estados
Unidos da América, considerado o “exemplo” de democracia a ser seguido), por um
quesito inerentemente brasileiro: a convivência pacífica entre os diferentes
grupos que compõem a sociedade geral. Isso confere à pátria brasileira uma
singularidade ímpar, que cativa e agrada a todos quanto dela tomam conhecimento
pela experimentação da convivência com o nosso povo. Essa realidade justifica
para conscientizar alguns que, por algum desvio de informação, sentem-se
incomodados por essa pluralidade, podendo citar-se os grupos dos intolerantes
sexuais/raciais como os “skimheads” conhecidos, sobretudo, pela truculência com
que lidam com os que eles consideram diferentes/inferiores a eles. Combate-se,
entretanto,essa prática, por não representar a realidade social brasileira e, é
necessário que se reproduza no ambiente escolar a “ética” no convívio com o
“diferente” para que se veja nessa diferença uma característica de
enriquecimento cultural, fazendo assim prevalecer
o respeito entre os diferentes grupos e
culturas que compõem o mosaico étnico brasileiro.
MEIO
AMBIENTE: O meio ambiente, entendido como espaço físico geográfico, se passível
de cuidados necessários para a promoção do bem-estar indispensável à todas as
formas de vida (inclusive e principalmente a humana), também deve ser extensivo
à “boa convivência dos indivíduos socialmente pressupostos”. O meio ambiente,
assim ressignificado, implica no
entendimento de que o espaço social de “um” é determinado pelo espaço social do
“outro”. Assim posto, a ética é manifestada na capacidade de convivência entre
os indivíduos que compõem os grupos sociais. E esse é, sem dúvida, o “olhar”
que deve prevalecer na construção do social. Exemplo real é a observância do
considerado “mais frágil”, caso das comunidades indígenas, pressionadas a ceder
o seu espaço físico ambiental à reformulação do mesmo para a
construção/ampliação das comodidades urbanas em detrimento da natureza em seu
estado original e do desconforto dos povos ali abrigados por direitos
legítimos. Quer no espaço urbano , quer no conservado natural, legitima-se a
ética na observância do equilíbrio tanto ambiental quanto social.